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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Moments in time capitulo 2.


Tempos depois, acordei e percebi que teria dormido a viagem inteira. Coloquei o fone deixando aleatoriamente as músicas. Eram animadas, e eu ficava super bem com aquilo, de algum modo, músicas animadas me davam ânimo também.

6 Horas depois.
Eu já estava hospedada em um hotel, o lugar era ótimo... a visão então, sem comentários. Meu celular estava tocando, eu não sabia se era eu que não sentia saudades, ou as pessoas que eram pegajosas demais, ou curiosas demais. Era Amanda.

- Mas já? quer saber as novidades, não é?
- Hm, então já lê pensamentos.
- Os seus são fáceis, qualquer um já tem em mente.
- AMANDA! como eu quero te bater.
-É eu sei. Bom, vamos as "novidades".
- Tá difícil começar?
-Se preocupa demais com a vida alheia hein?
- Amanda na hora que eu.. -interrompi-
- Eu adorei, tudo! na hora tive que manter controle pra não gritar "PUTA MERDA, COMO ISSO É LINDO" comprei algumas coisas aqui, pra usar no Brasil. Eu conheci uma garota lá, nós conversamos bastante sobre aqui, e ela me contou sobre os lugares que eu poderia visitar. Ou seja, vou desligar pra não perder tempo, depois te ligo.
-Puta merda Amanda... você precisava ter me levado.
-Como se desse né?
-Eu te odeio Alyne
-beijos gata. ~Ligação off~

Deitei na cama e suspirei, como aquela viagem estava sendo incrível, mesmo sem ninguém pra me acompanhar, estava sendo ótima. Eu conseguiria me socializar sozinha, tenho certeza. Poderia levantar, vestir meu pijama e me arrumar pra dormir, mas realmente a preguiça falou mais alto, e eu não quis ir tomar banho.. prendi o cabelo e fechei os olhos. Minha primeira noite em Londres.

Acordei assustada com gritos, e levantei brutalmente, me olhei no espelho, eu não estava numa situação tão ruim, meu cabelo estava bonito e minha roupa se encontrava em estado "comum". Coloquei rapidamente minha pantufa. Briga em plena 6 da manhã, ótimo não? identifiquei que era do andar de baixo, o elevador estava ocupado, então furiosa optei pelas escadas. Queria me socializar, mas daquele jeito seria impossível.
No término dos degraus, fui parada por uma voz masculina.

- Essas pessoas adoram me acordar, com você também é assim? eles sempre brigam, mas que droga, nem parecem noivos.

Meu pescoço se arrepiou ao sentir aquela respiração. Eu conhecia aquela voz, mas não sabia da onde. Ao virar-me pra responder, uma corrente enorme de choque correu dentro de mim, o que senti era indescritível, era como presenciar a morte de alguém, a voz se prendeu dentro da minha garganta.. meu tremor era incontrolável. Era ele. Eu não sabia ao certo descrever aquele momento, foi pior do qual eu abri a caixa. As lágrimas rolaram sem tempo ao menos de segurar, meu coração batia fortemente, não conseguia manter minhas pernas, elas se movimentariam sozinha, tenho certeza. Meus joelhos enfraqueceram.. Pensa no que você sente quando lê uma fanfic ou quando sonha com alguém que você ama e multiplica por infinito, soma com tudo de bom que você já sentiu e se for possível imagina a sensação. Era melhor do que ler fanfics, melhor do que ver o sorriso dele numa foto, e melhor até de quando você sonha, fantasia coisas românticas e clichês, e sabe por que? Porque era real. Era ele. Ali, me encarando. Aquele cara que eu conheço cada detalhe do rosto, do corpo, a família, os amigos e os gostos. Que eu admirava e idolatrava. A presença dele estava me fazendo bem, o olhar dele, o cheiro dele, enfim, ele me fazia bem. Mas agora parecia diferente, ele não estava lá como o LOUIS TOMLINSON da One Direction, a maior boyband da história, o desejado por mais de oito milhões de garotas. Ele era simplesmente o Louis.  Um garoto 'normal', se é que podemos classificá-lo assim, que eu não conhecia. Era completamente diferente do que eu imaginava ser. Por um instante pensei que fosse cair de verdade, porra eu não posso ser forte? que tipo de problema eu tinha?

-Está tudo bem moça? precisa de ajuda? -O homem estava assustado.
- N-ão, não está. -Exitei.
- Por que? aconteceu alguma coisa?
- Sim, eu te amo. -Disparei encarando o mesmo.
-Mas eu nem te.. - interrompi.
-Não termine a sua frase, ela me derrubaria. Louis... eu sou sua fã.
-Me Desculpe, a One Direction acabou. -Seu olhar era tristonho, e o mesmo já estava virando as costas.
-Acabou, mas meu amor por você não, lembro-me de quando, haviam várias fãs, gritando, chorando por vocês, e eu só pude abraça-lós dois minutos, isso feriu meu coração, eu não sei, Eu sabia que amava vocês mais do que isso. -Mais lágrimas escorriam pelo meu rosto, e Louis virou novamente pra mim, andando em minha direção.

Ele me abraçou, e tudo que conseguiu dizer foi: -Obrigado, de verdade.
- O que aconteceu com vocês? isso me abalou tanto...
-Venha até meu apartamento, assim dá pra entender melhor.
-Certo.
Automaticamente, enquanto caminhávamos, entrelacei nossas mãos, eu precisava daquilo, eu não era atirada, mas é que eu amava tanto ele, que eu não conseguia manter controle em mim mesma. Ele me olhou com olhar de compreensão, e eu assenti. Quando chegamos, ele desentrelaçou nossas mãos com cuidado e procurou pela chave em seu bolso, abriu a porta e me mandou entrar. Pelo contrário do que eu era acostumada, pedi licensa antes de entrar, tentando acalmar meu coração. Até que ele começou a falar.

- Eu realmente queria mais tempo para nós, mas os meninos estavam fartos, eles tinham namoradas, tinham muitos problemas, e ficava difícil, por pouco tempo que tinham. Eu e Harry tentamos manter a banda, mas não foi possível. Quem era One Direction sem o seu pedaço maior? sem um, a banda desabaria, então resolvi parar.
-E aonde estão agora?
-Bom, somos amigos ainda. Porém.. os meninos estão por aí, trabalhando, ainda mantenho contato, mas não como eramos antes, amigos firmes, fortes, verdadeiros..
-E você?
- Sou dono de uma empresa, o Harry me ajudou. Mas meu sonho era cantar -Percebi tristeza em seus olhos-.
Levantei abraçando-o com toda força existente em meu corpo, sentindo seu perfume, como aquilo era bom.. sentei cuidadosamente ao seu lado e o encarei, dizendo:
-Que tal se vocês abandonassem isso e, continuassem como uma banda?
-Seria quase impossível... erh... como devo dizer?
-Alyne -Sorri- meu nome é Alyne.
-Isso. Alyne, seria impossível, cada um está ocupado com sua vida.
-Se é assim que deseja, é melhor deixar pra lá.
-Não tente fingir que está bem, eu também não estou, eu odeio essas lembranças.
-Tudo bem -olhei dentro de sua íris- Como eram brilhantes, eu já disse que queria morrer ali, ao lado dele? não estou exagerando, eu amo aquele homem.
-Obrigado por ainda ser nossa fã -sorriu- você ainda tem algum cd?
-Tenho, hoje você vai estar aqui?
-Sim, estou de férias.
-Ah, que ótimo..
-E então Alyne, você vem aqui hoje?
-Claro, tenho muitas coisas pra perguntar, e pra mostrar pra você.
-Fãs sempre tem.
#Sarah

Moments in time, cap 1.


Deitei sobre a cama, tentando ainda mesmo que em vão, deixar passar o frio que percorria sobre minha espinha, meu aniversário acabara. Eu havia completado 23 anos, lembrei-me de como senti a primeira vez antes de completar 18, só que dessa vez era diferente. Eu sabia, eu teria de me conformar que era uma MULHER.
Eu sentia um imenso tédio. Olhei para o relógio, era exatamente 00:00, não sentia sono, droga, era hora de arranjar algo pra fazer, eu não gostava daquelas festas de beber até se acabar e ficar cambaleando até a madrugada. Pensando nas coisas que poderia fazer amanhã, acabei pegando no sono, sim, finalmente.
Acordei, andando diretamente até a cozinha, nem me olhei no espelho, pra quê? olheiras,cabelo bagunçado, eu sabia, mas a fome era maior. Minha mãe não estava lá, e meu pai estaria trabalhando, irritada com a fome, cocei a cabeça pensando no que poderia fazer. Café com leite era uma boa opção pra mim, torradinhas também.
Sentei comendo rapidamente, resolvi fazer uma visita pra minha amiga, lembrei que hoje era seu primeiro dia na empresa, não poderia dar o mole de não dar uma forcinha pra ela. Antes que eu pudesse levantar, minha mãe me apareceu com duas caixas enormes, uma vermelha, e outra verde. Vi que ela tinha dificuldade e ajudei ela levar até a mesa.
-O que é isso mãe?
- Não se recorda disso, tem certeza filha?
-Acho que sim, mas não muito, deve fazer anos que não vejo isso.
- Mas é claro, apenas abra.
Assim que abri, havia várias revistas, e dois cd's. Meus olhos marejaram ao lembrar da minha adolescência. Era aquela, a banda, a banda que eu tanto amava, que eu tanto diria que poderia abraçá-los, e eu consegui, por 2 minutos. Meu coração se apertou ainda mais ao lembrar disso, eram eles, eu lembrei do nome de cada um, certamente porque eu gostava daqueles garotos, gostava porque eles fizeram eu ter o melhor momento da minha vida, eu faria de tudo pra ter eles só pra mim, porém os anos haviam se passado, se não me engano, 8 ou 9 anos, as fãs foram embora, 3 membros estariam fartos de serem perseguidos, noticias sumiram, fãs sumiram, a midía não procurava mais por eles, mesmo que me esforçasse para ter noticias, nunca aparecia, mesmo que procurasse, não teria quem fosse da fonte. De vez em nunca, falavam o estado de cada um, mas nunca mais ouvi falar sobre eles, coloquei uma das revistas sobre meu peito e apertei, peguei um dos cd's e sai caminhei até meu quarto, trancando-o. Não me importei com os pontos de interrogação que certamente estariam agora na cabeça da minha mãe, que por surpresa, não apareceu no meu quarto, ela teria entendido? coloquei o cd pra tocar.
Fui passando as músicas, até colocar uma que definia meu "momento", uma triste, lenta.
-Shut the door, turn the light off, I wanna be with you, I wanna feel your love, I wanna lay beside you..
Eu não lembrava o nome daquela música, me esforcei até chegar o refrão.
 You know I'll be. Your life, your voice, your reason to be my love, my heart is breathing for this. Moments in time..  Era aquela, MOMENTS.
Os pensamentos me cercavam e eu resolvi tirar a música.
Limpei as lágrimas e suspirei, juntando as coisas e colocando em uma gaveta. Até que parei pra pensar, por que minha mãe teria me dado aquela caixa?
abri a porta e fui até a cozinha, ela ainda estava lá. Para que minha voz não saísse trêmula, dei o último suspiro e pensei antes de falar.
- Há algum motivo pra você ter me dado aquela caixa?
- Desculpe, eu não abri, eu apenas lembrei o quanto você cuidava daquelas caixas
- Pois cuidarei melhor agora, e dessa vez eu posso.
- O que você pode?
- O meu maior desejo sempre foi morar em Londres, conhecer o lugar e.. - Antes que eu pudesse terminar, minha mãe me interrompeu.
- Se você acha que vai conhecer eles, filha me desculpe, mas eu - Essa foi minha vez de interrompe-la.
- Não mãe,  isso eu sei que não posso -Eu tenho tanta vontade de ir lá sabe? é tudo tão lindo, as pessoas são mais legais e mais interessantes do que as daqui -sorrimos
-Tá, tudo bem, mas como você pretende ir até lá, eu terei de ir junto?
-Ah, você sabe mãe.. eu trabalho e meu dinheiro, seria o suficiente só pra mim, essas férias serão milagrosas.
- Certo, e quando você faz suas malas?
- Amanhã cedo, meu passaporte está ok.
-Boa viagem. Sorri e assenti caminhando até meu quarto.
Eu havia esquecido da minha amiga, eu teria prometido a ela mais tempo a nós, nessas minhas férias, ela entenderia, ela conviveu comigo minha adolescência, e bom, ela tem que entender. Depois de meia hora com ela no telefone, ela finalmente cedeu, essa garota me amava, só pode, sorri sozinha.
Mas é claro, com uma exceção, eu teria que ficar com ela, por algum tempo. Tomei banho e me arrumei, com uma roupa de passeio. Avisei a minha mãe e fui ao encontro de Amanda.
 Chegando até a casa dela, bati e logo Amanda apareceu e mandou eu entrar, sentando diretamente no sofá. Eu não tinha costume de pedir licensa, não pra ela.
- Então a senhorita Alyne resolveu encontrar um tempo pra mim?
- Você é quem pensa, minha vida é um tédio - revirei os olhos.
- A nossa adolescência era bem mais movimentada.
- Concordo, e é pra isso que vou pra Londres.
- Poxa -Amanda fingiu tristeza- Eu queria ir tanto.
- Eu também queria que você fosse, mas realmente não dá, e convenhamos que você ainda vai começar a trabalhar hoje..
- Quando eu puder, aí sim, nós vamos pra LAS VEGAS, beber e ficar loucas, como nos filmes, pegar vários gatos.
-Dispenso, prefiro ir pra Londres, e ter um momento sossegado
-Você e essa sua insistência com Londres, confesso que lá é realmente muito lindo.
- Lindo até demais, por isso estou transbordando de vontade de ir pra lá.
-Ah é claro, e nesses 15 dias você não vai sequer sentir falta de mim.
-Claro que vou, infelizmente costumo gostar de pessoas chatas.
Até que tive de ir, ela teria emprego, seu primeiro dia.
quando finalmente consegui pegar meu carro, minha mãe me ligou.
- Falei com seu pai, e ele deixou você ir.
-Desde quando ele precisa deixar alguma coisa hein? Eu tenho 23 anos, e vocês continuam com esse costume!
- Não, você tem 23 anos e ainda mora com os pais
-Você não vai vencer essa mãe!
-Como assim?
-Desliguei o telefone, e deixei ela entender. Quando cheguei em casa, resolvi ir direto pro quarto, eu não costumava ficar colada com os pais antes de ir viajar, afinal era pouco tempo e eu estava acostumada. Fiquei o resto do tempo no computador, até eu perceber que era tarde. Coloquei meu pijama, escovei os dentes e fui deitar.
Acordei assustada com o despertador, levantei e começei a arrumar minhas malas, eu pegaria o voô de manhã, o pior por sinal. Coloquei uma saia preta de cintura alta, com a blusa branca social, passei babyliss no meu cabelo, batom vermelho, base, pó e delineador. Coloquei um salto vermelho, que combinaria com minha bolsa. Eu não tinha muitas roupas que seriam deslumbrantes para festas, eu estava acostumada com o trabalho, roupas sociais, mas não me importava com isso, eu compraria tudo lá, em london. Bati palmas ansiosamente ao processar aquela última palavra em minha cabeça e começei a arrumar minha mala. Coloquei o resto necessário dentro da minha carteira, juntamente á bolsa. Carreguei as malas, descendo as escadas. Agradeci mentalmente por meu pai estar lá ainda, chamei-o e dei um abraço
-Tchau pai, eu estarei de volta.
-É necessário. -Ele sorriu. -Tchau filha, juízo e tenha uma boa viagem.
-Obrigado, onde está minha mãe?
- Está no telefone, na varanda.
Quando cheguei, ela já havia desligado. Dei um abraço nela também, aproveitando o fato dela estar com o telefone, e liguei para Amanda á procura de saber como foi seu emprego. Terminei de me despedir e minha mãe falou comigo.
- Por que você não tomou café da manhã, por que não esperou mais um pouco antes de ir viajar, e como arrumou tão rápido seu passaporte?
- Mãe, você me conhece e provavelmente deve saber que essa é a viagem dos meus sonhos, eu perderia tempo explicando, mas não.
- Tá e quem vai te levar até o aeroporto?
-O Táxi.
-Filha..
-Mãe.. !
-Certo, vai e tenha juízo  -Sorriu e beijou minha bochecha.

Peguei o táxi a tempo, chegando no aeroporto, minhas pernas estavam trêmulas, eu sabia o que estava prestes á enfrentar.

#sarah